segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

OTACÍLIO WANNER Hepatite C

Otacílio Wanner da Silva 

Motorista de caminhão,  Ciclista, Presidente do Gaphe Goiânia/GO e gente muito boa.

HEPATITE C em 20/12/2010
Impossível não se manifestar, mas falar o que nesta hora?

Atlético Goianiense - Dragão

 Otacílio ao centro

Capacitação Setembro/2008

Gladys e Otacílio - HCV 20 Anos 

Dr. Evaldo Stanislau, Otacílio, Dr. Harvey Altler e Fernando

Gladys, Otacílio, Leni e Kycia





ENONG 2009 - Mesa Transplantes
ENONG 2010

ENONG 2010
A nossa querida Gladys, sua noiva.
Mais uma perda. Vigília eterna pelo amigo!


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Caminhada Pela Doação

Doação de Órgãos, Tecidos, Medula, Sangue, Células...

Balneário Camboriú/SC sediará o II Fórum Internacional de Coordenadores de Transplantes nos dias 14 e 15/12/2010, no Marambaia Cassino Hotel. O evento será realizado pela SC Transplantes - Coordenadoria Estadual de Transplantes, equipe do Dr. Joel Andrade.

O Grupo Hércules SC aproveitará a oportunidade para alertar a população e as autoridades sobre a necessidade de Doações, Estrutura para Captação e a criação de Políticas Públicas.

Precisamos acabar com o desperdício de vidas.

O meio utilizado para fazer este alerta será uma Caminhada pela Doação, na orla, indo das imediações do Hotel até a Praça Almirante Tamandaré.
Para participar é só aparecer por lá no dia 16/12/2010 às 18:00h trajando, preferencialmente, roupas brancas e com disposição de demonstrar sua solidariedade.
Convide sua família e amigos.

A chance de ser Receptor é cinco vezes maior do que a de ser Doador!

domingo, 31 de outubro de 2010

Coordenador Hospitalar

Do luto, a possibilidade de salvar outra vida

31 de outubro de 2010. | N° 934
Rafaela Mazzaro
rafaela.mazzaro@an.com.br
Jornal A Notícia - Joinville/SC


O enfermeiro do Hospital Municipal São José, de Joinville, Robson Duarte, 39 anos, tem uma dura missão entre as suas atribuições diárias: informar sobre a morte cerebral de pacientes internados na UTI. Neste caso, a triste notícia vem acompanhada de um consolo para a família e amigos. É que Duarte também é coordenador de transplantes do hospital e é sua função fazer a ponte entre os responsáveis e os possíveis doadores.
Enfermeiro Robson Duarte - Coordenador Hospitalar

A má notícia, no entanto, nem sempre é recebida com serenidade. O mensageiro já teve de lidar com situações adversas, até mesmo de agressividade, por parte de parentes, além de tentativas de transferir a culpa pela fatalidade, o que, segundo ele, é uma reação comum, a chamada fase de negação. “Tentamos dar a notícia sempre para mais de um parente no mesmo momento e nunca por telefone”, afirma o enfermeiro. São cuidados essenciais, que também preparam a família para a possibilidade de ter os órgãos do parente em um potencial transplantado.

O peso de ter que anunciar a perda de alguém nem sempre foi o mesmo para o enfermeiro. No início da carreira, Duarte ainda cultivava um sentimento de impotência perante a morte. Foram necessários cursos de tanatologia e treinamentos específicos para ultrapassar a barreira da frustração profissional. “O profissional precisa estar preparado para a morte. Não pode pensar que poderia ter feito mais pelo paciente, mas ter certeza de que fez tudo o que estava ao seu alcance”, argumenta.

Essa percepção, segundo o enfermeiro, só é conquistada por meio do entendimento do real significado da morte. Mesmo assim, ele admite que, mesmo com o preparo da classe médica, a frustração é inevitável quando se trata de uma morte por fatalidade ou morte prematura. “Quando é uma condição normal da vida, como uma doença, é mais compreensível. Mas quando é motivado por uma tragédia, não tem como não sentir”, comenta.

Pessoalmente e profissionalmente, Duarte encara a morte com muito respeito. Quando ela está relacionada com pessoas próximas, ele mantém a postura serena, mas admite que também tem seu momento de negação. “É impossível não passar por todas as fases da morte”, reforça.

O Hospital Municipal São José de Joinville/SC é um dos maiores captadores do Estado de SC respondendo por 12% do total (SC Transplantes)apurado de Janeiro a Setembro/2010, obviamente, o Enfermeiro Robson e sua equipe também são importantes agentes deste sucesso. 
Hospital Municipal São José de Joinville/SC

domingo, 24 de outubro de 2010

Rota do Lazer Blumenau



Estréia na Rota do Lazer

"No domingo, dia 24, outra opção de lazer, com a segunda edição da Rota do Lazer, com muitas atividades – como apresentações artísticas, passeio ciclístico, dentre outras. O evento ocorre entre 7h e 13h, com início na Praça Doutor Blumenau e termino no Parque Ramiro Ruediger, num percurso de 4,3 km. No último dia da Oktoberfest, a entrada aos pavilhões da Vila Germânica é gratuita." por JaimeBlumenau
Hércules na Estação 2 - Castelinho da Havan
Um dia dedicado a atividades para a diversão e uma melhor qualidade de vida. Assim será o domingo, dia 24, quando ocorre a segunda edição da Rota de Lazer. O evento tem início na Praça Doutor Blumenau e termina no Parque Ramiro Ruediger, após um percurso de 4,3 km.
Das 7h às 13h, as ruas XV de Novembro, Amadeu da Luz, o trecho centro-bairro da rua 7 de Setembro, Humberto de Campos e Alberto Stein estarão fechadas para o trânsito de veículos. Ao longo deste caminho, estarão 11 estações com apresentações artísticas e musicais, atendimento e orientações de saúde, atividades recreativas e esportivas, espaço pet e educação para o trânsito.Nova Blumenau

Mais uma divulgação do Grupo Hércules sobre Hepatite B, Hepatite C, Doação de Órgãos e Tecidos, Medula e Sangue, Transplantes Hepáticos.
Contamos com o apoio da Prefeitura Municipal (PMB) e do Centro Acadêmico de Enfermagem (CAENF) da Fundação Universidade de Blumenau(FURB) - Presidente Janara.

Bem antes do início da movimentação do último Domingo da 27 OktoberFest os membros e voluntários já tinham toda a estrutura montada e impressionava o companheirismo e a felicidade em ajudar. O grupo de trabalho é composto por várias famílias e isso facilita tudo. Dentre essas pessoas haviam brasileiros de várias cidades de diferentes Estados, alguns de Alagoas. Durante o evento, contamos também com cinco transplantados e um colega em fila.
Recebemos a visita de familiares de Transplantados de Mato Grosso e discutimos Hepatites com turistas da Suíça. Lá como cá, é Epidemia Silenciosa!
Também passou por nossa barraca o colega de transplante de Fígado Douglas Vilcinkas (Pastor) de São Paulo/SP, excelente pessoa de muito bom humor e simpatia.
Transplantados e familiares de Maceió, Londrina, Presidente Prudente e Blumenau
Muitos jovens oktoberfesteiros conversaram conosco demonstrando interesse e conhecimento sobre Doações, com muita curiosidade sobre Hepatites Virais. 

Solidariedade em todas as direções



sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Doe Órgãos na Lagoa da Conceição

Feira de Artes, Artesanato, Solidariedade e Vida
Doação de Órgãos na Lagoa 
Com o apoio tradicional do amigo Roni, responsável pela Feira e pelo Casarão da Lagoa, e do HEMOSC Florianópolis o Hércules realizou mais uma Campanha de Divulgação da Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes no dia 10/10/10.
Grupo Hércules na Lagoa
Houve distribuição de todo material cedido pelo Hemosc e por outros parceiros, que falam de Doação de Sangue e Medula. No final sobraram apenas o material próprio e da ABTO  (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) sobre doação. Atividade durou a tarde toda com apoio dos artistas e artesãos e da população cosmopolita da querida Lagoa nossa e da Conceição.
O Vento Sul, a noitinha, e a Chuva fizeram o encerramento formal do evento.

Obrigado povo sangue bom, coração bom, medula, fígado, rins...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dulce

Uma Família só fez transplante graças a outra!


Em Abril, meu marido submeteu-se a um transplante de fígado no Hospital Santa Isabel em Blumenau. Eu e meus filhos somos doadores, mesmo antes de termos esta experiência.
No entanto ao tomar parte de perto de algo tão importante, minha vida não poderia continuar a mesma. Tornei-me então voluntária do Grupo Hércules.
A unidade de Transplante de Fígado do Santa Isabel, completou 8 anos de vida no dia 25/08/10. 

Há alguns anos atrás, SC estava em 18° lugar em realizações de transplantes no país. Nos últimos 4 anos consecutivos, SC tornou-se o 1º estado em números de transplantes/por número de habitantes. Apesar do avanço, este ano as doações cairam e a fila de pacientes a espera de um órgão estás imensa.
Se você é um doador, ótimo, se ainda não é, peço que reflita sobre este questão.
A vida de meu marido só foi salva, porque a família de um doador não fechou-se em sua própria dor, mas fez da dor um ato de amor.
Obrigada
                                                                              Dulcirene Ferreira Brascher (Dulce)
                                                                              Membro do Grupo Hércules
ASCOM - Saúde/SC


sábado, 9 de outubro de 2010

Doe Órgãos em Coqueiros

Parque de Coqueiros - lugar de saúde 
Parque de Coqueiros - Futebol de pai e filho

Apesar do vento frio e da ameça de chuva, foi boa a divulgação feita hoje pela tarde no Parque de Coqueiros, região continental da Capital catarinense, à beira mar e próximo às pontes. Muita gente se exercitando e mesmo assim nos permitindo um tempinho para falar sobre Doação de Sangue, Medula, Órgãos e Tecidos para transplante. Muitas destas pessoas fizeram suas caminhadas carregando a sacolinha  com os folders do Hércules, SES/SC e Hemosc.
"Birutas estão marcando Sul.." (Banda) Tijuquera
Inportante a participação do HEMOSC Florianópolis que nos cedeu material e banner de esclarecimento sobre as Doações de Medula e de Sangue. Vários questionamentos sobre o cadastro de doador de medula óssea. Também muito incentivador a presença de doadores de sangue "juramentados", que com alegria revelavam sua condição. 
Doe Medula - Hemosc Florianópolis/SC
A equipe de hoje estava formada por Valério, Nazário e Fernando (transplantados hepáticos), as Sras Dulce e Simone. Participação especial do Nicky (Batman) neto de Dulce e Sérgio.
Grupo Hércules
Agradecimentos especiais aos amigos do Continente pela acolhida e pelo alto grau de conscientização.
Um fraterno abraço à Sra. Míriam Teixeira pela hospedagem e cafezinho.



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Doação de órgãos: um ato de amor

OPINIÃOJORNAL A NOTÍCIA - Joinville/sc29 de setembro de 2010. | N° 902


Afinal, sempre dei o meu melhor em tudo

ALFREDO LEONARDO PENZ, PROFESSOR E MESTRE EM EDUCAÇÃO E CULTURA



Somos tão ricos e nem percebemos o quanto. Nossa riqueza está tão perfeitamente distribuída, que, às vezes, não nos damos conta de que Deus nos proporcionou a maior de todas as graças: a oportunidade de viver. As faculdades de ver, respirar, trocar ideias e intenções com nossos pares nos completam como seres humanos, dando possibilidades de desenvolvimento. Entretanto, assim como Ele nos deu tal oportunidade, um dia teremos que deixá-la.
Quando partirmos, deixaremos uma riqueza incalculável: além das nossas ações e contribuições para o próximo, para a comunidade e para a humanidade, deixamos também nosso corpo material. Este, sim, de valor inestimável. Nosso coração, córneas, pulmões, rins, fígado, pâncreas, entre outros órgãos, não têm preço. Eles deixam de nos pertencer. Porém, o Criador também nos deu a oportunidade de avalizar todo este tesouro e proporcionar àquelas pessoas que estão na fila dos transplantes a possibilidade de uma vida melhor. Depende de nós direcionarmos o que nos ajudou a bombear nosso sangue, a enxergar, a respirar, de contribuir para o bem-estar dos outros, por meio de um ato de amor e de caridade: a doação de órgãos.
Em um bate-papo com meu irmão pela internet, perguntei-lhe se era a favor ou contra a doação de órgão. Sua resposta foi a seguinte: “Pode pegar tudo, velho. Está aí para ajudar alguém. Não vou mais usar mesmo”.
A maior riqueza da doação de órgãos está na oportunidade de fazer feliz aquele que sofre, além da sua família, pois todos sofrem com a angústia e a impossibilidade direta de ajudar. Quantos corações “mal batidos”? Quantos olhos sem enxergar? Quantas horas de diálise podem ser suplantadas com a doação? Qual a alegria de saber que o outro terá, a partir da sua doação, uma vida saudável?
Depende de nós. É por meio do simples desejo e da enorme vontade de amar o próximo, que podemos fazê-lo, avisando nossos familiares que, após a nossa “partida física”, continuaremos ajudando aqueles que necessitam. A felicidade do receptor é incalculável só em saber que há possibilidade de receber um órgão salvador. Mais do que uma vida, é o seu próprio milagre.

Infelizmente, alguns ainda acreditam que, ao prestar contas após esta vida, devemos nos apresentar completos. Tal pensamento deve ser mais bem ordenado. A ação da natureza se encarrega da decomposição do corpo.

Quanto à minha posição, creio que ficou bem clara. É a mesma do meu brother: “Pode pegar tudo. Está aí para ajudar alguém. Não vou mais usar”. Afinal, sempre dei o meu melhor em tudo. O que não consegui, tentarei mais adiante consertar. 

Mestre Alfredo Leonardo Penz













alfredopenz@yahoo.com.br




domingo, 26 de setembro de 2010

DOE ÓRGÃOS NA XV e em qualquer lugar


















Multiplique vidas


Excelente participação dos parceiros Associação Pais e Amigos de Crianças Portadoras de Neoplasia, Hemosc/SC Blumenau, Secretaria Municipal da Saúde, Programa Municipal de DST, HIV/AIDS e Hepatites Virais (SAE-SMS-PMBlumenau), Centro Acadêmico de Enfermagem da FURB, Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Santa Isabel e ASCOM HSI.
Jorge, Hélio e Chacho transplantados, Reinaldo em fila.

Secretaria Municipal de Saúde e Casa de Apoio Crianças Portadoras Neoplasia

Importantíssimo apoio e divulgação pela imprensa da região de Blumenau.


Grupo Hércules e CIHDOTT Santa Isabel - Fisioterapeuta, Enfermeira e Psicóloga.  

Gratificante e empolgante a receptividade, compreensão e carinho do povo Blumenauense presente na Rua XV no Sábado (25/09/10) pela manhã.


Secr. Mun. Saúde, SAE, Hemosc, SC Transplantes :) e CAENF Furb.

Todas as expectativas foram superadas e o sentimento de dever bem cumprido ficou latente para todas as Entidades e pessoas participantes. Parcerias foram firmadas e outras solidificadas.




Obrigado!





sábado, 25 de setembro de 2010

Convite 27 de Setembro ViaVida

Um livro, um filho ou uma árvore?

DIA NACIONAL DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS
Um livro, um filho ou uma árvore?

Uma Doação de múltiplos Órgãos e Tecidos é a última chance de alguém deixar marcada a sua passagem por este mundo. Sem as implicações inerentes às três opções anteriores, bastando deixar bem claro para a Família, o desejo de ser Doador.

A família enlutada terá sua dor desviada para cumprir o derradeiro desejo deste ente muito caro. O fará com muita nobreza e com esperança de salvar outras famílias em situação quase semelhante, muito próximas da mesma perda. 

Deve-se avisar aos seus próximos o quanto antes, se possível hoje.

As mortes passíveis de se transformar em várias vidas não ocorrem com aviso prévio, muito menos em horários  adequados. Se isto não ocorre na maioria dos óbitos, muito menos nos que levam à Morte Encefálica. Estes acontecem num acidente de trânsito besta - o jovem filho foi comprar pão de moto e não voltou - , num traumatismo com causa inaceitável  - queda de árvore ou bicicleta, atropelamento por um motorista embriagado - , ou num acidente vascular cerebral - sofrido por um jovem empresário de manhã cedo no caminho do trabalho, por exemplo. Por isto a decisão e a comunicação devem ser feitas agora.

Há cerca de 65 mil pessoas atualmente registradas no cadastro nacional aguardando por  um órgão. As filas de espera aumentam gradativamente, mas não há aumento na mesma proporção de doadores. Na maioria dos casos, porque as famílias se negam a doar os órgãos do parente que teve morte encefálica e não se declarou ser Doador. A falta de preparo das equipes que atuam nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI's) contribui da mesma forma com os índices divergentes.

Existem países que só reconhecem como receptores aqueles se declararam doadores. Em outros considera-se que todos os condenados à morte são doadores. No Brasil todos podem ser receptores e apenas os que a família concorda poderão ser doadores.

Imite alguns dos grandes artistas e deixe seu grande acervo fazendo sucesso, mesmo depois de sua partida.

Um livro, um filho ou uma árvore?
Ou uma Doação?

O Grupo Hércules:
cuja atividade inicial, em 2002, era orientar sobre a Hepatite C, doença que geralmente torna indispensável a realização de um transplante em quem é portador do vírus. Com a doença vinculada à necessidade de uma doação de órgãos, o Grupo trabalha também para incentivar as doações, desde 2008.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Homenagem ao Kakalo assassinado pela hepatite C


23/09/2010


Por favor, ajude a divulgar!

Este texto foi escrito pela filha do poeta e compositor Mario Lago, Graça Maria Lago, relatando a absurda morte de seu irmão Kakalo (Luiz Carlos Lago) por decorrência da hepatite C, denunciando que por falta de campanhas de alerta e detecção, pelo menos em quem recebeu transfusão de sangue antes de 1993, os infectados estão morrendo sem saber que estavam com uma doença potencialmente fatal.

Mario Lago foi o autor de sambas populares como "Ai, que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra".  Graça, espero que o texto seja a "primeira pedra" que atinja em cheio os responsáveis pela vigilância epidemiológica deste nosso Brasil para que, independentemente do partido político que estiver no poder deixe de existir a omissão em relação à falta de campanhas de detecção dos mais de três milhões de brasileiros infectados nas hepatites e que não sabem que estão doentes, como aconteceu estupidamente com teu irmão.

Não consigo compreender se tal omissão é por incapacidade da gestão dos últimos vinte anos ou, se realmente acreditam que escondendo o problema das hepatites conseguem acreditar que o mesmo não existe.  O primeiro alerta foi realizado por editorial da Folha de São Paulo em 10 de agosto de 1992 ( www.hepato.com/materias/00_1982_alerta.html  ) e, passados 18 anos pessoas como Kakalo continuam morrendo estupidamente por falta de políticas públicas que enfrentem a maior epidemia já existente no Brasil.

Graça, vamos gritar, berrar, denunciar, reivindicar a falta de ações por parte do governo sem aceitar qualquer tipo de censura que possa nos calar.  Se nada for feito de forma urgente para diagnosticar e tratar os aproximadamente 4 milhões de brasileiros infectados com hepatite C, até 1 milhão deles terão na próxima década o mesmo destino que o teu irmão.  Se ficarmos calados estaremos sendo coniventes com o maior genocídio da historia do Brasil!

Meus parabéns pelo teu texto e ficamos solidários na tua dor e indignados com a pasmaceira dos gestores públicos que deveriam cuidar das hepatites no Brasil.

Carlos Varaldo
Presidente do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite
Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite


Kakalo assassinado pela hepatite C

FUI!*

"Meu irmão,
cada gota de sangue em teu sangue
é sangue bom..."

Pior que não era; não no final dos anos 70, onde essa história começa. No carro, iam Kakalo, Inácio e Tupiara, os três nos seus 20 e poucos anos, ninguém de cinto de segurança, que não era obrigatório (nem existia!). Na pancada violenta com outro carro que atravessou a estrada e parou, Kakalo foi arremessado contra o vidro, jugular e aorta seccionadas, a vida se esvaindo rapidamente na hemorragia. Deu a sorte de encontrar uma pessoa solidária, que abriu lugar no banco de trás do seu carro e o levou para um hospital de beira-estrada ali de São Gonçalo. Deu a sorte de encontrar um médico adoravelmente louco, discípulo de Pitanguy, que acreditou nas suas poucas chances de sobrevivência e caprichou na sutura. Saiu daquela com bem disfarçados 360 pontos no rosto e pescoço e seis litros de sangue novinho no corpo. 

Vinte e cinco de agosto de 2010. Às 11 da noite, em choque hipovolêmico, causado por uma brutal hemorragia digestiva, Kakalo dá entrada no Hospital da Lagoa. Foi encontrado pela manhã, em Saquarema, e levado a um hospital de Bacaxá, onde eram nulas as possibilidades de atendimento. A transferência para o Rio soou para nós, seus irmãos, como um alívio. Ia dar tudo certo. Mais uma vez - seria a terceira -, Kakalo ia driblar a "velha senhora".

Depois das providências iniciais - que incluíram a reposição do sangue perdido, plasma para combater a falta de coagulação, noraadrelanina para estabilizar a pressão e ene outros procedimentos -, os médicos levantaram a hipótese de uma doença grave e antiga do fígado. Diante da nossa perplexidade, perguntaram se ele bebia. Claro que sim; era, como nós, boêmio. Mas daí a ter uma hepatopatia grave! Mas, quem sabe?. Nenhum de nós se lembrou do acidente.

No dia seguinte, a hipótese se confirmou em um diagnóstico mais atemorizante: o fígado estava destruído pela cirrose; o esôfago, tomado por grossas e frágeis varizes; os rins tinham parado. Mais perplexidade. Até um pouco de raiva do Kakalo, que nunca comentou o problema, nunca reclamou de uma dorzinha no fígado, que nunca deu uma dica de que estava mal. Nenhum de nós se lembrou do acidente.

Como uma prece, o caçula, Mariozinho, fez o samba cuja introdução melódica reproduzia os sons do CTI e os versos chamavam Kakalo para a vida, exaltando o sangue bom que se sobrepunha à hemorragia.

"Meu irmão,
cada gota de sangue em teu sangue
é sangue bom..."

Nos 20 dias de internação, não sei exatamente quando um de nós (que também não sei qual foi) se lembrou do acidente e dos salvadores seis litros de sangue daqueles idos de 1977. A charada começava a ser desfeita.

Até 1992, quem se via obrigado a tomar uma transfusão ou plasma ficava exposto a uma sortida variedade de vírus, da Aids às hepatites B e C. Entrava para um grupo de altíssimo risco. Mas ninguém sabia disso; não havia controle do sangue doado. Para o Kakalo, coube o vírus da Hepatite C (HCV), que se desenvolveu nele como na maioria dos portadores: silenciosamente, sem desconfortos, sem sinais.

A grande maioria dos pacientes de Hepatite C não apresenta sintomas; a fase aguda passa despercebida. Às vezes,  tem alguma coisa, mas parece uma gripe forte. Assim, mais de 80% dos contaminados desenvolverão Hepatite C crônica e suas sequelas. Só descobrirão ao tentarem doar sangue ou quando, por alguma razão ou sorte, um médico solicitar o exame de Marcadores de Hepatite. O mais provável é que a descoberta só aconteça junto com as devastadoras complicações da doença, como a cirrose e o câncer de fígado.

Essas complicações podem aparecer décadas após a contaminação e, pior, também se desenvolver lenta e silenciosamente. Cerca de 40% dos pacientes com cirrose são assintomáticos. Quando surgem os sinais, a doença já está em fase muito avançada.

Segundo o site www.hepcentro.com.br, apesar dos esforços em conter a epidemia, especialmente com a realização de exames específicos em sangue doado, a hepatite C é uma ameaça crescente, que exige medidas adicionais de prevenção e tratamento.

Não sei quais as medidas preconizadas pelo site, mas tenho uma sugestão: que, na anamnese de seus pacientes, os profissionais da saúde (alopatas, homeopatas, dentistas, médicos do trabalho, terapeutas etc.) incluam a pergunta 'Tomou transfusão de sangue antes de 1992?'. Sem o questionamento direto, acho difícil que antigos transfundidos tragam o assunto à baila - quem vai se lembrar?; quem vai imaginar que umas gotas de sangue pingadas na veia há 30 anos possam matar?

Mas, se algum antigo transfundido leu este texto até o fim, aconselho que procure um médico e peça o exame de Marcadores de Hepatite. É uma providência que vale ouro; ou vale vida. Kakalo era de pouco ir ao médico. Mas, certamente, teria uma outra história se há quatro anos, quando sofreu um AVC e se viu forçado a encarar um tratamento especializado, o neurologista tivesse feito a pergunta que levaria à descoberta da hepatite C. Por falta dela, e apesar de todo o aporte oferecido e do empenho de médicos, enfermeiros e demais profissionais do Hospital da Lagoa, Kakalo morreu no dia 14 de setembro, aos 57 anos, depois de quatro hemorragias causadas pela cirrose. Trinta anos depois, a hepatite C fez barulho e cobrou a conta.



*"Fui!" era uma expressão característica do nosso irmão Kakalo, registrado em cartório como Luiz Carlos. Que saudade!

Graça Maria Lago

terça-feira, 21 de setembro de 2010

XII Campanha Nacional de Doação ABTO

Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos


ABTO prossegue no propósito de esclarecer a população sobre os assuntos da Doação de Órgãos e Tecido para Transplantes na sua XII Campanha. Com uma genial imagem composta por duas digitais sobrepostas ilustra o slogan "Deixe sua marca, multiplique vidas".
O monitor com a linha horizontal  também pode sugerir que a retirada tem tempo ideal para acontecer. Aí deve-se lembrar que, para se ganhar tempo é muito importante, a família ser avisada (hoje mesmo) sobre o desejo do Doador.
Também sugere com muita propriedade que se esclareçam tabus e mitos existentes em "Informação, a maior amiga da Doação de Órgãos" e nas 10 perguntas mais frequentes sobre o tema. São citados assuntos como venda de órgãos, coma x morte encefálica, organização e segurança da fila de espera.


Parabéns e obrigado!


Disk Saúde 0800 61 1997
Sistema Nacional de Transplantes (61) 3306-8212
ABTO (11) 3283-1753/3262-3353
SC Transplantes 0800 643 7474